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Após estudo, famílias pedem novo protocolo da saúde em Brumadinho

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CentroesteNews

26/01/2026

Anna Vitória Bispo

 

Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) defenderam neste sábado (25) a necessidade de criação de um protocolo de saúde para acompanhar a situação das populações afetadas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho. A reivindicação ocorre após um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectar elevação na presença de metais em amostras de urina de crianças de 0 a 6 anos que vivem na região afetada.

“Precisamos de um protocolo específico para enfrentar esse cenário. Estamos muito preocupados porque cada vez o nível de contaminação aumenta no sangue das pessoas, nos animais, em todas as plantas. Tudo isso traz problemas sérios de saúde. O estudo da Fiocruz comprova o que temos falado. Esse aumento do índice de contaminação, especialmente nas crianças, é um absurdo. Exigimos um protocolo específico e que a Vale arque com essa situação”, disse Joceli Andrioli, integrante da coordenação do MAB.

Neste sábado (25), o rompimento da barragem completou exatos 6 anos. Para marcar a data, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) organizou um ato no centro da cidade, fechando uma semana de atividades em que cobraram por justiça. A manifestação contou com a presença do MAB.

“A contaminação das pessoas é um tema que nos preocupa muito. Essa lama tóxica tem se espalhado, criado consequências. A gente vê pessoas doentes em toda a bacia do Rio Paraopeba. O mesmo acontece na Bacia do Rio Doce, atingida em 2015 pelo rompimento da barragem do complexo da mineradora Samarco em Mariana. É urgente uma política específica de saúde aos atingidos por barragens”, acrescentou Joceli.

Em Brumadinho, o colapso da estrutura liberou uma avalanche de rejeitos que gerou grandes impactos ambientais e socioeconômicos, afetando milhares de pessoas em diferentes municípios mineiros da bacia do Rio Paraopeba. Ao todo, foram perdidas 272 vidas, incluindo nessa conta dois bebês de mulheres que estavam grávidas.

Contaminação

estudo divulgado pela Fiocruz na sexta-feira (24) traz os resultados de análises de amostras de sangue e urina coletadas em 2023, quatro anos após a tragédia. Foi encontrado pelo menos um de cinco metais – cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês – na urina de todas as crianças de 0 a 6 anos que foram avaliadas.

Em comparação com análises realizadas em 2021, notou-se uma piora do cenário. No caso do arsênio, por exemplo, o percentual total de crianças com níveis acima do valor de referência passou de 42% para 57%.

“Os resultados encontrados demonstram uma exposição aos metais e não uma intoxicação, que só pode ser assim considerada após avaliação clínica e realização de outros exames para definir o diagnóstico. Dessa forma, recomenda-se uma avaliação médica para todos os participantes da pesquisa que apresentaram níveis acima dos limites biológicos recomendados, de forma que os resultados sejam analisados no contexto geral da sua saúde”, ponderam os pesquisadores da Fiocruz.

Em adultos, a situação também chama a atenção: o arsênio foi detectado em níveis elevados em cerca de 20% das amostras de urina. É metal que mais frequentemente aparece acima dos limites de referência. De outro lado, na população adolescente, o percentual de amostras detectadas com metais acima dos valores de referência diminuiu de 2021 para 2023.

O estudo analisou ainda outros fatores como os diagnósticos médicos. Chamou atenção um aumento na prevalência de algumas condições, como colesterol alto, que passou de 4,7%, em 2021, para 10,1%, em 2023. Situação similar se deu com um grupo de doenças que inclui enfisema, bronquite crônica ou doença pulmonar obstrutiva crônica, que saltou de 2,7% para 10,7%.

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