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“Inflação no Brasil: Oito Anos Acima da Meta em Duas Décadas de Desafios”

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CentroesteNews

11/01/2025

Anna Vitória Bispo

 

 

Em 26 anos, inflação do país supera a meta em oito ocasiões

Desde a criação do regime de metas para inflação no Brasil, há 26 anos, a economia nacional registrou oito anos em que o índice de preços ficou acima do teto estabelecido pelo Banco Central. Esses períodos evidenciam os desafios enfrentados pelo país para manter a estabilidade econômica em meio a crises internas e externas.

O regime de metas para inflação foi implementado em 1999, com o objetivo de assegurar previsibilidade para os agentes econômicos e manter o poder de compra da moeda. A meta é definida anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, desde então, varia de acordo com o cenário econômico. Geralmente, a meta é estabelecida com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Fatores determinantes

Os anos em que a inflação ultrapassou o limite superior da meta coincidem com momentos de instabilidade econômica, crises políticas e oscilações nos mercados internacionais. Em 2002, por exemplo, a incerteza eleitoral e a desconfiança dos investidores levaram o índice de preços a patamares elevados. Mais recentemente, em 2015 e 2016, a inflação disparou devido à combinação de crise fiscal, desvalorização cambial e choques nos preços de alimentos e energia.

Em 2021, a inflação voltou a ultrapassar o teto da meta, impulsionada por fatores como o aumento global dos custos de commodities, os gargalos nas cadeias de suprimentos e o impacto residual das medidas de enfrentamento à pandemia de COVID-19.

Impactos e consequências

Quando a inflação está fora do intervalo da meta, os impactos são sentidos diretamente pela população, com a perda do poder de compra e o encarecimento do custo de vida. Além disso, a desconfiança nos mercados financeiros pode levar a um aumento das taxas de juros, dificultando o crédito e o investimento.

O Banco Central, por sua vez, costuma adotar políticas monetárias mais contracionistas, como o aumento da taxa Selic, para tentar conter a pressão inflacionária. Essas medidas, embora necessárias, têm um custo econômico significativo, como o desaquecimento da atividade econômica e o aumento do desemprego.

Perspectivas para o futuro

Especialistas apontam que a manutenção da inflação dentro da meta requer uma combinação de políticas fiscais e monetárias consistentes, além de um ambiente político e institucional estável. Além disso, é essencial que o país invista em produtividade e infraestrutura, reduzindo a vulnerabilidade a choques externos.

Embora o Brasil tenha enfrentado períodos desafiadores, o histórico do regime de metas também demonstra a capacidade do país de controlar a inflação na maior parte do tempo, reforçando a importância de políticas econômicas equilibradas para o crescimento sustentável.

 

 

 

 

Fonte:
Centroeste News
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