O 49º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em 4 de dezembro de 2024, destaca uma situação hidrológica preocupante em várias estações importantes da região, mesmo com as chuvas recentes. Algumas das principais informações incluem:
Níveis dos Rios
- Ladário (MS): A cota subiu 32 cm nos últimos 14 dias, chegando a 37 cm, bem abaixo da mediana histórica de 1,35 m para esta data.
- Forte Coimbra (MS): A variação foi de apenas 10 cm, com uma cota de -98 cm, enquanto o esperado seria 47 cm.
- Porto Murtinho (MS): O Rio Paraguai está com 1,23 m, também abaixo da média histórica de 2,77 m para o período.
Apesar das chuvas previstas de 56 mm para a próxima semana, as projeções indicam que os níveis devem continuar críticos, especialmente em Ladário, que provavelmente ficará abaixo de 100 cm até meados de dezembro.
Situações mais favoráveis
- Nas estações Barra do Bugres (MT) e Cáceres (MT), próximas às nascentes, os níveis estão dentro da normalidade para a época do ano.
- Os rios Cuiabá, Aquidauana e Miranda também apresentam condições normais, com destaque para o Rio Cuiabá, cuja regularização é atribuída à operação da Usina Hidrelétrica Manso.
Apoio e monitoramento
O SGB disponibiliza ferramentas essenciais, como:
- Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS): Um banco de dados nacional sobre poços, útil para a identificação de fontes de abastecimento.
- Mapeamento de áreas de risco geológico: Auxilia na prevenção de desastres e ordenamento territorial.
O monitoramento é realizado por meio da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela ANA, com 80% das estações operadas pelo SGB. As informações são disponibilizadas na plataforma SACE, sendo fundamentais para a gestão hídrica, prevenção de desastres e suporte à pesquisa científica.
Impactos e perspectivas
A persistência de níveis baixos em importantes estações ressalta a vulnerabilidade do Pantanal, comprometendo a biodiversidade, as atividades econômicas e os recursos hídricos da região. A continuidade das chuvas e ações de manejo hídrico adequadas são essenciais para mitigar os impactos dessa crise hídrica.