CentroesteNews
13/01/2025
Anna Vitoria Bispo
O ano de 2024 apresentou um panorama preocupante em relação à violência no Brasil, com índices que destacam desafios persistentes na segurança pública e no combate à criminalidade. Dados coletados ao longo do ano mostram um aumento significativo em diversos tipos de crimes, ressaltando a necessidade de medidas mais eficazes para proteger a população.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou cerca de 47 mil homicídios em 2024, marcando um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento coloca o Brasil novamente entre os países com as maiores taxas de assassinatos no mundo, refletindo uma realidade preocupante em regiões metropolitanas e no interior. A análise geográfica revela que estados do Norte e Nordeste apresentam os maiores índices, enquanto o Sudeste registra uma ligeira queda em alguns estados, como São Paulo.
Os casos de feminicídio também continuam alarmantes. Em 2024, foram contabilizados 1.400 casos de feminicídio, um aumento de 7% em comparação com 2023. Esses números revelam a persistência da violência de gênero, destacando a vulnerabilidade de mulheres em situações domésticas. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de agressões em estados como Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco, onde medidas protetivas não foram suficientes para evitar os ataques.
Além disso, os números de roubos e furtos também registraram alta, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas. Foram relatados cerca de 1,2 milhão de casos de roubos em 2024, um aumento de 6% em comparação ao ano anterior. A explosão nos crimes cibernéticos foi outro destaque, com mais de 300 mil casos de fraudes e invasões digitais reportados, evidenciando a crescente sofisticação dos criminosos no ambiente digital.
Crimes contra a população LGBTQIA+ também chamaram a atenção. Relatórios de organizações como a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) indicaram um aumento de 12% nos casos de violência contra pessoas trans e travestis, totalizando 180 assassinatos registrados em 2024. O Brasil mantém-se como um dos países mais perigosos do mundo para essa população, destacando a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção de minorias.
A violência policial também permaneceu em foco, com 6.500 mortes causadas por intervenções policiais registradas ao longo do ano. Embora represente uma ligeira queda de 3% em relação a 2023, os números ainda são alarmantes e reforçam o debate sobre o uso excessivo da força por agentes de segurança.
Especialistas em segurança pública alertam que a combinação de desigualdade social, desemprego e o enfraquecimento de políticas preventivas contribuem diretamente para o agravamento do quadro. Apesar de iniciativas isoladas em estados como Ceará e Minas Gerais, que investiram em programas de inclusão social e policiamento comunitário, os resultados ainda não foram suficientes para reverter a tendência de alta na criminalidade.
Os números de 2024 não apenas evidenciam a gravidade da violência no Brasil, mas também acendem um alerta para a urgência de ações integradas e efetivas. O enfrentamento da criminalidade requer um esforço conjunto entre governos, sociedade civil e organizações internacionais. Mais do que nunca, é essencial priorizar a educação, o acesso à justiça e a promoção da igualdade para garantir um futuro mais seguro e justo para todos.
