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Polícia prende sócio de laboratório envolvido no caso do transplante de órgãos infectados por HIV no RJ

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A Polícia Civil do RJ deflagrou nesta segunda-feira (14) a Operação Verum, e prendeu um sócio do PCS Lab Saleme, laboratório privado apontado como responsável por emitir laudos negativos que permitiram o transplante de órgãos infectados por HIV. Há mandados de prisão contra outras três pessoas.

O médico preso, Walter Vieira, é responsável técnico do laboratório. Ele, que é ginecologista, assinou um dos laudos com falso negativo e é tio do deputado federal Luiz Antônio Teixeira, mais conhecido como Dr. Luizinho (PP). O parlamentar é líder do Progressistas na Câmara dos Deputados já foi, por duas vezes, secretário de saúde do estado do Rio de Janeiro.

Vieira e outros envolvidos são investigados, pelos crimes contra relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária, entre outros.

A Operação Verum também cumpre 11 mandados de busca e apreensão pedidos pelo Tribunal de Justiça do RJ. Um dos locais é a sede do PCS em Nova Iguaçu (RJ), que teve de ser arrombada pelos policiais.

O laboratório particular foi contratado pela Secretaria de Saúde do RJ para fazer a sorologia de órgãos doados em dezembro de 2023, quando ganhou o pregão eletrônico por R$11 milhões.

Irmã de Dr. Luizinho, a dentista Débora Lúcia Teixeira Medina de Figueiredo, é diretora da Fundação Saúde, que presta serviços de saúde para o Rio de Janeiro. A empresa, que já empregou outro sócio do PCS Lab Saleme e primo do parlamentar, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, foi responsável pela escolha do laboratório.

Além dos exames para a Central Estadual de Transplantes, o PCS Saleme prestava serviços para outras 12 unidades de saúde do RJ, incluindo hospitais e Unidades de Pronto Atendimento.

A Polícia Civil aponta que laudos foram falsificados por um grupo criminoso, induzindo equipes médicas ao erro, fazendo o transplante de órgãos infectados por HIV em ao menos seis pessoas. Duas testaram positivo e uma morreu. As causas da morte ainda estão sendo investigadas.

Agora a polícia apura se o PCS LAB falsificou laudos em outros casos. Diligências complementares estão sendo feitas para identificar a cadeia de profissionais envolvidos no esquema. “Todos serão prontamente responsabilizados na medida da sua respectiva culpabilidade”, declarou a Delegacia do Consumidor.

Edição: Thalita Pires