CentroesteNews
10/01/2025
Anna Vitória Bispo
Inflação de 2024 atinge 4,83% e ultrapassa o limite da meta
A inflação oficial do Brasil em 2024 fechou o ano em 4,83%, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central era de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, o que estabelecia o limite máximo em 4,5%. O índice foi divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística Econômica e Social (INES), órgão responsável pelo monitoramento dos preços no país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação, teve uma alta de 0,52% em dezembro, consolidando o acumulado do ano. Este é o maior resultado desde 2022, quando o índice foi de 5,79%.
Alimentos e combustíveis pressionam inflação
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, a subida no preço dos alimentos se explica por causa da “influência de condições climáticas adversas, em vários períodos do ano e em diferentes localidades do país”.
O grupo “Alimentação e Bebidas” foi o maior responsável pela elevação da inflação em 2024, com uma alta acumulada de 7,62%. Este aumento foi impulsionado por condições climáticas adversas que afetaram a produção agrícola em diversas regiões do país. Além disso, os preços da gasolina subiram 9,71% ao longo do ano, impactando diretamente o transporte e os custos de produtos em geral.
Outros itens que tiveram peso significativo foram os planos de saúde, com aumento de 7,87%, e as refeições fora de casa, que ficaram 5,7% mais caras. O grupo “Saúde e Cuidados Pessoais” também contribuiu para a alta, registrando variação de 6,09% no ano.
Banco Central terá que justificar o descumprimento da meta
Com o IPCA acima do teto da meta, o Banco Central precisará enviar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando os motivos do descumprimento e detalhando as ações que serão tomadas para trazer a inflação de volta ao centro da meta.
A política monetária brasileira, comandada pelo Banco Central, poderá sofrer ajustes em 2025. Economistas acreditam que a taxa básica de juros, a Selic, poderá ser revista para conter os índices inflacionários e alinhar os resultados à meta oficial.
Perspectivas para 2025
As projeções para o próximo ano apontam uma inflação de 4,99%, ainda acima do limite superior da meta. O governo, no entanto, mantém um tom otimista, acreditando que as políticas econômicas adotadas terão efeito positivo no médio prazo.
Enquanto isso, especialistas destacam que uma combinação de medidas, como o controle mais rigoroso dos gastos públicos e o estímulo ao setor produtivo, será essencial para conter os preços e estabilizar a economia.