CentroesteNews
13/02/2025
Anna Vitória Bispo
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento preocupante nos índices de violência contra mulheres e crianças. Em 2023, foram registrados 1.467 casos de feminicídio, representando um crescimento de 0,8% em relação a 2022 e o maior número desde a tipificação do crime em 2015. Desse total, 63,6% das vítimas eram mulheres negras, demonstrando a vulnerabilidade dessa parte da população.
Além de tudo, as agressões decorrentes de violência doméstica aumentaram 9,8%, totalizando 258,9 mil casos. As ameaças também tiveram um acréscimo de 16,5%, com 778,9 mil registros em 2023. O crime de stalking apresentou a maior alta percentual, com um crescimento de 34,5% e 77.083 ocorrências registradas.
A violência sexual contra crianças e adolescentes também apresentou um aumento aterrorizante. Entre 2022 e 2023, houve um acréscimo de 23,5% nos registros de estupro contra crianças de até quatro anos, e de 17,3% entre aquelas com cinco a nove anos. Em 2023, foram registrados 63.430 casos de violência sexual contra menores de 19 anos, o que equivale a uma vítima a cada oito minutos.
É importante destacar que 81% dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorrem dentro de casa, muitas vezes praticado por pessoas próximas às vítimas.
Esses dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para prevenir e combater a violência doméstica e sexual no país.
Embora os dados mais recentes sejam assustador, é importante constatar que, em 2024, houve uma redução de 5,1% nos casos de feminicídio em relação a 2023, indicando que as medidas de combate a esse tipo de crime podem estar começando a surtir efeito.
Entretanto, a persistência e o aumento de outras formas de violência demonstram que ainda há muito para ser feito para garantir a segurança e o bem-estar de mulheres e crianças no Brasil.