CentroesteNews
04/01/2025
Anna Vitória Bispo
Um recente estudo publicado por pesquisadores Brasileiros, incluindo a Universidade Federal da Bahia, e a Fiocruz que trouxeram à luz aos impactos positivos do programa Bolsa Família na saúde pública. A pesquisa destacou uma significativa redução nas mortes por tuberculose em regiões beneficiadas pelo programa, evidenciando como políticas sociais podem influenciar diretamente indicadores de saúde.
De acordo com o estudo, realizado ao longo de uma década, os beneficiários do programa apresentaram menores índices de mortalidade por tuberculose em comparação a comunidades não atendidas. A pesquisa aponta que os recursos do Bolsa Família contribuem para a melhoria das condições de vida, incluindo alimentação mais adequada, acesso a tratamentos e maior adesão ao acompanhamento médico, fatores cruciais no combate à doença.
A tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais causam mortes no Brasil, especialmente em populações vulneráveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ainda enfrenta desafios para erradicar a doença, que é agravada por condições de pobreza e falta de acesso a serviços de saúde. Neste cenário, o estudo reforça a importância de iniciativas integradas entre áreas sociais e sanitárias.
Os pesquisadores analisaram e concluíram que ouve uma redução de até 50% na mortalidade por tuberculose em pessoas extremamente pobre e mais de 60% entre as populações Indígenas . Além disso, os resultados também sugerem que o programa ajudou a diminuir o abandono do tratamento, um dos maiores desafios no combate à doença.
“Sabemos que o programa melhora o acesso à alimentação, tanto em quantidade quanto em qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — um importante fator de risco para a tuberculose — e fortalece as defesas imunológicas das pessoas”, explicou Gabriela Jesus, coautora do estudo, em reportagem publicada pela Agência Fiocruz. Ela também disse que o programa reduz as barreiras ao acesso à assistência médica e ao diagnóstico.
Especialistas em saúde pública também ressaltam que programas como o Bolsa Família contribuem para fortalecer a prevenção de doenças. Ao garantir melhores condições de vida, eles permitem que indivíduos vulneráveis tenham maior capacidade de resistir a infecções e outras complicações.
Embora o estudo destaque avanços, os pesquisadores alertam para a necessidade de manutenção e ampliação de políticas sociais. Cortes no orçamento de programas como o Bolsa Família podem comprometer os ganhos obtidos na área de saúde.
A conclusão é clara: investir em programas sociais não apenas melhora a qualidade de vida das populações mais vulneráveis, mas também se traduz em avanços concretos na saúde pública, contribuindo para a redução de doenças graves como a tuberculose.
Esse estudo surge como um alerta e uma evidência de que políticas integradas entre as áreas de saúde e assistência social são essenciais para combater desigualdades históricas no Brasil.