Mais de 36 horas depois de uma forte tempestade atingir a Grande São Paulo, cerca de 900 imóveis permanecem sem energia elétrica. Desde o temporal de sexta-feira (11), com rajadas de ventos de mais de 100km/h, diversas cidades da região metropolitana e a própria capital paulista ainda enfrentam os efeitos do apagão, com semáforos apagados, imóveis destruídos por quedas de árvores e a falta de luz.
O temporal causou a morte de sete pessoas e deixou outras três gravemente feridas. Segundo a Defesa Civil, as vítimas fatais foram registradas na região metropolitana da capital e no interior do estado.
De acordo com balanço divulgado pela Enel Distribuição São Paulo na manhã deste domingo (13), cerca de 1,2 milhão de imóveis tiveram o fornecimento restabelecido, mas aproximadamente 900 mil unidades ainda estão sem energia. A concessionária ainda não informou oficialmente um prazo para a normalização completa do serviço.
Mesmo sem uma previsão oficial por parte da empresa, alguns moradores receberam, ainda no sábado (12), um comunicado da Enel informando que o prazo máximo para o restabelecimento era segunda-feira, 14, três dias após o início do problema.
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, afirmou que a empresa está trabalhando intensamente para resolver o problema, mas as dificuldades causadas pelos danos climáticos ainda não permitem uma previsão precisa.
O Procon-SP informou que vai noticar a Enel para que a empresa esclareça os motivos para a demora no restabelecimento da energia. O órgão exigiu da empresa um plano detalhado de enfrentamento para eventos climáticos severos e determinou um prazo de 48 horas para que a concessionária apresente uma resposta oficial.
O apagão também virou tema no segundo turno das eleições municipais. O deputado federal e candidato pelo Psol, Guilherme Boulos, acionou o Ministério Público contra a prefeitura e a Enel, solicitando uma investigação sobre a a conduta da empresa e cobrando um plano de manejo e poda de árvores da gestão Nunes.
Boulos registrou o impacto do apagão na sua própria residência e visitou comunidades também afetadas.
Já o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), atribuiu a Enel a culpa pela demora na normalização de alguns serviços da cidade e remoção dos entulhos de árvores.
A falta de energia impacta serviços essenciais, comércio e a rotina de milhões de pessoas em várias cidades da Grande São Paulo. O Procon-SP considera a situação grave e promete monitorar de perto o caso, buscando responsabilização e soluções para os consumidores.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Annel) informou, no sábado (12), que intimou a empresa para que ela apresente as justificativas da falta de energia e a proposta de adequação imediata do serviço de energia.
A agência também informou que, desde o sábado, há uma equipe de fiscalização acompanhando em São Paulo a ocorrência.
Edição: Raquel Setz